domingo, 10 de novembro de 2013

pós-2.5, das visões de si (como 'eu-fluido')

Não se nasce puta. Nem se vira puta aos 25. Na verdade, nunca se é puta pela própria boca – é o desejo, a inveja ou a impotência do outro que nos torna referência discursiva: o “assim-puta”. Assim-puta demanda domínios mais amplos, que ultrapassem o discurso e superem o mero fazer: fazer-se puta é coisa da boca alheia e, em alguns casos, nos melhores casos, da pele também. Um verdadeiro assim-puta prefere gozar do tempo, dos corpos e das coisas a ter somente a fama. Nunca é uma dama nem boa de nome: assim-puta é meio copo de sede, prato cheio de fome...

quarta-feira, 30 de outubro de 2013



poema para-correio

poesia é invasão: nunca encomenda.

debaixo da porta, poema.
sem tato, sem fé e muito menos papo, mas
sob o pilar do mesmo teto, o casal.

poesia é invenção: nunca aviso.

tudo parou:

brisa
raio
choque
queda
lama

ele (res)guardou o olhar
e deixou nas mãos da dama
o que na vida
é sempre enigma:
deixar para-lelo ou mudar para-digma?

de fato, pelo embrulho dos desafetos,
feito miragem, distantes,
entre a beleza e a estupidez do deserto,
recebem a notícia-resposta:

- poesia é o sentir nunca sentido!

domingo, 30 de junho de 2013


O surto dá arte dá palavra

Zoológico
Voo
lógico
cometa
a metáfora
coma
meta
fora
Surto
Surdo
Escorpião
Ex
Cor
Corpo
Pião
Peão
Opinião
Ops,
Não!
Leão
Leiam
Juba
Pajubá
Rei
Errei
É
roll
De medo
Demodê
Pra quê?
Praxe
Práxis
Táxi
Tá aqui
Ali
Álibi
A
Libido
Chegou
Extremo
Trêmulo
Três
Muros
Burros
Asnos
Ás nos ...
Floresta
Flor
Está
A grama
Ti
Cal
Boy
Capta
Capitu
lo
pantanal
planta
anal
Capim
Vara
Capivara
Roedor
roeu
Dor
Eu
Preguiça
O bicho
Atiça
O Nicho
É isso:

Tem palavra que dá
Tem artista que não
Viver mascarado de si
é a melhor solução?





quarta-feira, 26 de junho de 2013

quinta-feira, 20 de junho de 2013

"pré-ferir'

tem dor que dói antes do ato
tem história de amor que vira mero relato
tem fome que não termina no prato

tem dor insensível ao tato
é a dor da ausência,
de fato

domingo, 16 de junho de 2013

Da morte do amor

"[...] o grande pecado do homem foi deixar nas mãos da Igreja o poder de (in)significar o que é o amor: reduziram-no à ideia do casamento e da reprodução, empenharam-se em divinizá-lo e optaram por torná-lo matriz de renúncia e sofrimento. Fizessem o contrário e soubessem convertê-lo em fonte de alegria e de soma, não seríamos tão reféns do perigo que é e da complexidade que tem a tão desejada, mas tão controversa vontade de amar. O amor produto-objeto, reproduzido nos livros e nas casas de louvor, já perdeu o sentido, cegou os 'fiéis' e manchou a possibilidade de ressignificação do sentimento que, há décadas, já foi sinônimo de afeto, troca e cumplicidade."
vem logo!

tem coisas que a chuva não leva
tem outras que o vento não traz,
vem logo, menino, trazer teu alento
tu sabes o bem que me faz!

segunda-feira, 10 de junho de 2013

VIDA

corpo são
mente sã
cor-ação!
<3
'óxitono'

se 
é 
pra ter 
um

da
ci
nho, - o acento sofre, o sentido não, é fácil de vê'
o assento cola, o colo espera, a rima se altera
e só falta você!
um dia a gente acrescenta
à falta de água o gosto do beijo
a troca da saliva o roçar da barba
a última sílaba o primeiro riso juntos
a sombra o sol e a morada
a conversa amena e o suor a mais:
um dia a gente acrescenta o excesso
à falta e apelida a mistura com um nome bem bonito:
que não lembre nada, nem ninguém
não precisa ser agora, nem depois
pode ser nome de homem, pode ser de mulher
ah, pode até ser 'nós-dois'!

segunda-feira, 4 de março de 2013



das impressões

a primeira impressão é a que pisca
a primeira impressão é a que fisga
é a que cega
é a que brilha

a primeira impressão é a que passa
e fica: no olho, na mente, na pele, no outro!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013


caso r
         e

            t
         o


eles não faziam mais sentido
vós já morreu
nós sabíamos
ele também
tu estás sentindo [o mesmo que]
eu?