Capítulo III - dos amores sazonais
O acaso não entra em
filas.
E dispensa o rigor das senhas.
E dispensa o rigor das senhas.
No amor, perder também é
regra:
os sentidos, os medos, os roteiros...
os sentidos, os medos, os roteiros...
O mesmo beijo que tira o
ar
leva ao abraço que altera
o olfato.
Alguns encontros são, de
fato, inusitados.
Tem amor que começa no
olho
e termina no tato.
Tem adeus que vira
lágrima,
outros viram abraço.
Algumas dúvidas mudam a
visão dos fatos,
outras recriam espaços.
Dizem que o amor é doença
sem cura,
onde há dois, há loucura!
A razão de todo louco é a
emoção:
não é amor ou paixão,
não é amor ou paixão,
não é carinho ou tesão,
não é capricórnio, nem
escorpião!
Amor é sentir com o
coração
é reiventar uma paixão
é perder com o sim e
ganhar com o não
é essa insana
contradição!
Amor é metade que vira
inteiro
é relógio sem ponteiro
é afeto em primeiro, se
possível,
de Janeiro a Janeiro...