segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Capítulo III - dos amores sazonais
O acaso não entra em filas.
E dispensa o rigor das senhas.

No amor, perder também é regra:
os sentidos, os medos, os roteiros...

O mesmo beijo que tira o ar
leva ao abraço que altera o olfato.

Alguns encontros são, de fato, inusitados.
Tem amor que começa no olho
e termina no tato.

Tem adeus que vira lágrima,
outros viram abraço.

Algumas dúvidas mudam a visão dos fatos,
outras recriam espaços.

Dizem que o amor é doença sem cura,
onde há dois, há loucura!

A razão de todo louco é a emoção:
não é amor ou paixão,
não é carinho ou tesão,
não é capricórnio, nem escorpião!

Amor é sentir com o coração
é reiventar uma paixão
é perder com o sim e ganhar com o não
é essa insana contradição!

Amor é metade que vira inteiro
é relógio sem ponteiro
é afeto em primeiro, se possível,
de Janeiro a Janeiro...