segunda-feira, 20 de agosto de 2012


delígrafo elíptico ¹²

fato foto feto
fez faz falta

amor
carinho
afeto

excesso de carência: excência

de jeito
o certo
é tá perto:
pazciência?!²

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

arte-fato

muita história 
e pouco ato é relato

falar de amor na arte é 'miar': gato
bate o punho covarde no muro 
da tua arte ruída: rato
muro pedra dor: feldspato

na cozinha, porcelana quebrada, história mal contada e uma lixeira à espera do
s cacos.
Maria Joana

o destino de Maria Joana é baseado em fatos reais:
amante de lábios que não têm cor
nem nome, nem gosto.

há uma vontade secular de beatificar tudo que atenda por Maria.
por isso, Joana.
há uma inquisição pós-moderna. E há.
para isso, Joana.

mas há também nesse século lares com culhões maternos.
não em forma. Em espírito. Neles, um ser para um paradoxo.
Maria Joana só é puta com hífen.
e santa também.
santa? Só de efeito. Jamais de causa.
puta? no melhor dos sentidos!

Maria Joana não tem sentidos: é confusa, difusa, profusa. E uso.
uma sinestesia autobiográfica.
Maria Joana é bicho maldito.
mata, chama, fecha, solta, separa, puxa e se esconde.
bendito seja o vosso nome: tem pai, filho e espírito santo nas bases de seu sacro-perfil.

tem o dom perverso da relação: une e separa.
tem a sina da reclusão: é fechada.
sempre tem fome: de pão e vinho.
renega o próprio nome: profano e divino.

de súbito, questionou sua existência,
provou da própria essência
e morreu de latência.
é pó e fascínio.